POESIA de GOIÁS
Coordenação de SALOMÃO SOUSA
LUCIA RIOS PEIXOTO DA SILVEIRA
(Goiás)
SILVEIRA, Lucia Rios Peixoto da. Verso e vida. Ilust. De Amaury Menezes, Cirineu de Almeida, Elisabeth Cardoso, Laerte Araujo,
Silvio Antônio de Freitas, Sáida Cunha e Tai Hsuan-Na. Apresentação de Edgar A. Graef. Goiânia, Líder, 1981. 154 p. ilus.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Menção especial “Prêmio Fernando Chinaglia”
– Rio de Janeiro – Setembro de 1977
O dia há de chegar
maduro
sereno
cortante
cor transcendental
sobre cores mortas
tom sobre tom
seio sobre sonhos
e na composição das ideias
e dos fatos
o dia há de chegar
maduro
sereno
cortante.
Então o vento há de sugerir saudades
e meus olhos castrados pousarão
na memória quente e ferida
do que tão rápido foi que é quase um nunca.
E cantarei as flores deste tempo
e acordarei os risos destes longes
e a escorregar pelo teu canto
me encontrarei assim, junto de ti
leva pela poeira mágica das lembranças.
Ser tua seiva
sumo, seio, sol e sal
pro teu sêmem
pro teu suor.
Ser teu sonho
selo, sanha, senha
pra tua sina
pro teu sangue.
Ser teu sino
ser teu sempre.
Agüento quase tudo:
dor de dente, noite mal dormida, ingratidão
e este peso de me saber não ser o que queria
ou o que esperavam.
Duro de agüentar é a solidão.
Manteiga derretida eu sou, basta um carinho
pra me sentir escorrendo pelos dedos.
Mas é bom.
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Página publicada em agosto de 2023
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